O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação e Economia Social (LEPES) é uma rede de especialistas comprometidos com a transformação social do Brasil. Nos dedicamos à produção de conhecimento aplicado que visa fomentar políticas públicas para o desenvolvimento de crianças e jovens, atuando nas áreas de educação, violência e saúde mental.

A sociedade está passando por profundas mudanças que impactam a forma como as pessoas se relacionam e como o mundo do trabalho se organiza. Fenômenos modernos incluem o expressivo aumento da violência e dos problemas de saúde mental em crianças e jovens. Assim, a escola se torna o principal lócus de formação dos indivíduos. No entanto, paradoxalmente, há um incessante questionamento por parte dos mesmos sobre a função social dessa instituição em suas vidas.

Como resultado a essas considerações, observa-se um intenso movimento de transformação nos processos educacionais, decorrente do esgotamento do modelo didático-pedagógico centrado na transmissão de conhecimento. Geralmente, esse formato de ensino é baseado em metas de aprendizagem orientadas por conteúdos, o que, de acordo com as pesquisas, gera crescente desengajamento e frustração tanto nos estudantes quanto nos professores.

No Brasil, mudanças institucionais importantes, como o atual Plano Nacional de Educação (2014), a Base Nacional Comum Curricular (homologada em 2018, incluindo o Novo Ensino Médio), além de propostas para um Sistema Nacional de Educação, refletem um claro interesse por reformas no cenário educacional do Brasil.

Ao longo da história do LEPES, três elementos estiveram tipicamente presentes em todas as iniciativas com as quais nos envolvemos. Primeiramente, destaca-se a constatação de que a escola atual tem sido convocada a assumir papéis e responsabilidades mais abrangentes, e que precisamos prepará-la para assumir tal compromisso. Podemos incluir nesse contexto as preocupações relacionadas ao desenvolvimento socioemocional dos alunos, as discussões sobre inclusão e diversidade, bem como a preocupação com a preservação da saúde mental e bem-estar dos estudantes.

Em segundo lugar, a necessidade de formular estratégias pedagógicas capazes de engajar os jovens de maneira efetiva no processo de ensino-aprendizagem. E por fim, o desafio de conciliar em um espaço coletivo, que é a escola, a promoção do desenvolvimento de indivíduos que são heterogêneos em sua essência e desiguais em sua origem.